A saúde mental no ambiente de trabalho desempenha um papel importante na produtividade dos colaboradores.
Indivíduos que enfrentam desafios psicológicos, como estresse excessivo, ansiedade ou depressão, muitas vezes experimentam uma queda significativa no desempenho profissional.
A pressão constante e a falta de suporte emocional podem levar a uma diminuição na concentração, tomada de decisões prejudicada e até mesmo ao aumento do absenteísmo.
Por outro lado, organizações que investem em programas de bem-estar mental e promovem um ambiente de trabalho saudável estão mais propensas a colher benefícios em termos de produtividade.
Colaboradores com boa saúde mental tendem a ser mais engajados, criativos e resilientes, contribuindo para um clima organizacional positivo e um desempenho coletivo aprimorado.
Assim, a promoção da saúde mental no trabalho não apenas beneficia individualmente os colaboradores, mas também se revela como um investimento estratégico para impulsionar a eficiência e a produtividade no âmbito empresarial.
Como a saúde mental impacta no trabalho: importância
Por um lado, reconhece-se que os problemas de saúde mental sempre foram relevantes, mas ganharam ainda mais destaque com a pandemia e todos os efeitos experimentados durante esse período.
Infelizmente, as questões relacionadas à saúde mental no ambiente de trabalho estão cada vez mais evidentes.
- A OMS estima que pelo menos 30% dos trabalhadores enfrentam transtornos mentais.
- Estes distúrbios resultam em uma perda anual de R$ 397,2 bilhões no faturamento das empresas brasileiras, correspondendo a 4,7% do PIB, conforme indicado em um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.
Além disso, há uma crescente preferência por ambientes corporativos que priorizam o bem-estar, sendo de extrema importância oferecer um equilíbrio adequado entre vida pessoal e profissional para atrair e reter talentos.
Essa realidade certamente se reflete no cotidiano das empresas, tornando-se de extrema relevância abordar esse tema não apenas para a integridade das pessoas, mas também para a sustentabilidade de todas as organizações.
Quais são os principais desafios na atenção entre saúde mental e trabalho?
Quando discutimos a relação entre saúde mental e produtividade no trabalho, é comum perceber que este é muitas vezes considerado um tema subjetivo e não tão prioritário nas empresas.
Questões relacionadas à saúde mental e qualidade de vida no trabalho podem ser mascaradas pela baixa produtividade, alta rotatividade e um ambiente organizacional tenso.
Todas essas situações estão intrinsecamente ligadas à saúde mental, e diversas pesquisas já evidenciaram como esses elementos impactam negativamente nas empresas.
- Segundo pesquisa da Mental Health Foundation, adotar políticas que tratam do bem-estar no trabalho podem aumentar a produtividade em até 12%.
Ao trazer esses dados sobre saúde mental no trabalho à tona, as empresas começaram a compreender a extensão desses problemas, especialmente durante a pandemia, quando todos experimentaram, em certa medida, seus impactos.
Mesmo aqueles menos sensíveis à questão começaram a reconhecer sua importância, não apenas na esfera pessoal, mas também no âmbito profissional.
Esses dois aspectos estão intrinsecamente conectados e se influenciam mutuamente.
Contudo, persistem tabus e desinformações, especialmente quando se trata da implementação de políticas de saúde mental no ambiente profissional.
Essa responsabilidade muitas vezes recai sobre o departamento de RH, que por vezes está sobrecarregado, ou sobre os próprios líderes, que podem enfrentar dificuldades ao lidar com esse tema delicado.
“Muitas empresas ainda não sabem como lidar com essa questão, e temos vários casos de pessoas e empresas que buscam nossa solução, meio perdidas, sem saber o que fazer. Orientamos, falamos que não é necessário trabalhar até tarde, que não é o que a empresa espera, mas há uma questão cultural, em que o próprio colaborador se sente responsável por fazer isso. Se não trabalharmos fora do horário, sentimos que estamos sendo folgados, mas não é o caso. As empresas, por meio do RH, comunicam que não é necessário trabalhar de madrugada, que é preciso se organizar e entregar dentro do horário de trabalho, permitindo tempo para a vida pessoal, hobbies e descanso. Entretanto, o colaborador se sente responsável e acha que deveria fazer isso para entregar resultados”, afirma Laís Bradacz Lopes.
Como reitera, ainda, Liana Chiaradia, CMO e founder do Guia da Alma:
“Como colega que compartilha desse ambiente empresarial, percebo o quanto as pessoas estão muitas vezes no limite, especialmente os colaboradores. Muitas vezes, a cultura é de normalizar o estresse, mas a longo prazo, isso não é saudável. Hoje, empresas estão lidando com casos de ansiedade e afastamentos, e muitas ainda não sabem como agir. (…) Empresas que investem no lado humano veem resultados financeiros, e a redução de casos de ansiedade e estresse é algo inestimável. Receber avaliações positivas do RH, observando uma mudança no comportamento da equipe, é gratificante. As empresas ganham quando investem no bem-estar dos colaboradores.”.
Reforça-se, mais uma vez, a importância de incorporar essa discussão à cultura organizacional, criando um ambiente seguro para que as pessoas possam discutir abertamente essas questões e desenvolver habilidades para abordá-las no contexto corporativo.
Mas, então, como cuidar da saúde mental dos seus colaboradores?
Diversos estudos demonstram a relevância para o cérebro de ter pausas no trabalho.
Um estudo conduzido pela empresa de software Draugiem Group descobriu que profissionais produzem mais quando tiram pequenos intervalos ao longo do dia.
Foi constatado que o período ideal de produção corresponde a 52 minutos e o de intervalo, a 17 minutos.
Além disso, segundo relatório do Instituto de Pesquisa do Exército dos Estados Unidos, o cérebro humano consegue manter a produtividade por, no máximo, 90 minutos, e então deve-se realizar uma pausa no trabalho para reter as informações adquiridas.
Às vezes, os colaboradores estão trabalhando horas a fio sem parar, focados em uma demanda, e acham que estão sendo produtivos.
Mas essa produtividade em excesso pode resultar em altos níveis de estresse e uma demora maior para a realização das atividades.
“Como gestora de equipe e também como funcionária, percebo o quão importante é se preocupar com esse assunto. Muitas vezes, acreditamos que trabalhando incessantemente, sete dias por semana, 24 horas por dia, alcançaremos os melhores resultados. No entanto, o que realmente estamos fazendo é prejudicando nossa saúde e reduzindo nosso desempenho. Se continuarmos a manter um nível muito alto de trabalho por muito tempo, só conseguiremos alcançar a exaustão mental. Não seremos capazes de entregar todo o nosso potencial e capacidade”, afirma Laís Bradacz Lopes, CEO da Conecta Suite.
Fazer pausas, ter um equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de ter metas claras, são pontos super importantes para manter uma produtividade saudável e não uma produtividade tóxica.
Para líderes: quais são as boas práticas que incentivam a saúde mental no trabalho?
Sobre dicas de saúde mental no trabalho para líderes, a CEO Laís Bradacz Lopes afirma:
“Primeiramente, olhem para si mesmos, pois as lideranças tendem a cobrar mais do que extrapolam seus próprios limites, transmitindo isso para os liderados. Fazer essa auto-reflexão ajuda muito em como conduzir os liderados. Mudar o que fazemos não será 100%, mas é o primeiro passo, pois somos um espelho para os outros. Se olharmos para nós mesmos, já estaremos dando um grande passo para mudar a cultura”.
Além disso, é essencial identificar o momento ideal para a empresa investir em uma solução.
Algumas práticas incluem a realização de palestras, conversas e a implementação de uma comunicação interna que aborde a saúde mental.
Incentivar a liderança a reconhecer quando os colaboradores precisam de ajuda e oferecer acompanhamento terapêutico são passos importantes.
“Como founder, também acho super importante falarmos sobre isso, pois é como semeamos uma cultura saudável dentro das empresas. Se nós, como founders, cuidarmos da saúde mental, saberemos repassar isso para nossos colaboradores e para nossa equipe”, afirma Liana Chiaradia.
Líderes precisam trabalhar a relação entre gestão do tempo e produtividade, calculando o tempo necessário para cada demanda.
A gestão do tempo e a inteligência emocional são habilidades importantes para lidar com metas e objetivos de forma mais assertiva e madura.
A tendência nas empresas deve ser, portanto, buscar o desenvolvimento contínuo.
Os líderes precisam estar próximos dos liderados para entender quando a sobrecarga começa, evitando que ela se torne um problema maior.
O conteúdo deste artigo foi baseado no webinar realizado pela Conecta Suite, “Produtividade e Saúde Mental no Trabalho: qual a relação e como as empresas podem promover?”.
Um bate papo com:
- Laís Bradacz Lopes, CEO da Conecta Suite: ferramenta online que atua como camada extra de segurança e governança dos sistemas da Google Workspace e Microsoft 365.
- Liana Chiaradia, CMO e founder do Guia da Alma: plataforma de saúde mental para empresas e pessoas.
Confira o material completo aqui: